Solidarity with Mercosur Allies as President Milei Inaugurated in Argentina

As the self-proclaimed anarcho-capitalist, Javier Milei is sworn in as President of Argentina, who wants to cut social spending and labour rights  and sign the EU-Mercosur trade agreement as soon as possible, movements and organizations from Europe express their solidarity with our allies in Argentina and across the region.

Argentina's presidential palace
Image: Argentina’s presidential palace; credit: Wally Gobetz

As just recently proclaimed by numerous CSO from the Mercosur in the final declaration of the social Mercosur summit: The EU Mercosur deal “deepens the capitalist, extractive, colonialist, patriarchal, racist model, strengthening the most regressive and violent elites of our region, threatening the environment, socio-biodiversity and puts the sovereignty of our peoples and territories at risk”.

See the statement below in Portuguese.

https://atalc.org/2023/12/06/mercosul/

 

DECLARAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA CÚPULA SOCIAL DO MERCOSUL
Rio de Janeiro, 4 e 5 de dezembro de 2023

Nós, movimentos e organizações da sociedade civil participantes desta Cúpula Social
do Mercosul, saudamos a retomada deste espaço presencial de debate, encontro, proposição e,
sobretudo, incidência sobre as decisões e rumos da integração regional, após sete anos de
interrupção e de travessia de um contexto de ameaças e retrocessos democráticos, de pandemia
e de agravamento de uma profunda crise civilizatória internacional.

Na América Latina e no Caribe vivemos durante o século XXI um intenso processo de
mudanças políticas a nível continental que modificou a nossa posição como região a nível
global, e resta-nos a urgência de construir processos de soberania e unidade, consolidar uma
região onde se prioriza a garantia do respeito aos direitos dos povos.

A integração regional latino-americana na atualidade é uma possibilidade real, dadas as
mudanças tecnológicas e geopolíticas em curso no mundo. é também uma importante
possibilidade de construção de uma rota de desenvolvimento alternativa, solidária, soberana e
sustentável, que possa resolver as graves desigualdades estruturais existentes em nossos países
Se é assim, passa a ser fundamental do ponto de vista político viabilizar essa integração, da
qual a consolidação do Mercosul é apenas um bom começo. Os governos, sociedades e
movimentos sociais do Mercosul devemos estar juntos nessa tarefa.

Esta Cúpula Social se apresentou como um momento em que as organizações da
sociedade civil expressaram e exigiram nossa demanda histórica de deter o Acordo UEMERCOSUL, cuja concretização significaria o aprofundamento do modelo capitalista,
extrativista, colonialista, patriarcal, racista, fortalecendo as elites mais retrógradas e violentas
de nossa região, ameaçando o ambiente e a sociobiodiversidade e colocando em risco a
soberania de nossos povos e territórios.

Os movimentos sociais aqui reunidos nesta Cúpula demandamos, após a derrota da
ALCA, em 2005, conquista de nossa luta, que fossem criadas as cúpulas sociais e contribuímos
para sua construção. O que em uníssono fortalecemos como prioridade para o futuro do
Mercosul é uma perspectiva de integração que esteja radicalmente comprometida com o
enfrentamento da erosão democrática em nossos países e sustentada numa agenda que inclua
como questão central a participação social e a escuta vinculante das vozes e povos nos
territórios, em sua diversidade.

Precisamos retomar, avaliar e avançar na construção de processos de participação social
no Mercosul, garantindo a institucionalização de espaços e mecanismos, com financiamento
que assegure as efetivas condições de participação para a diversidade de vozes e movimentos
na região. De maneira que a dinâmica de participação não esteja vulnerável às mudanças de
conjuntura e correlação de forças e não fique ao dessabor de decisões autoritárias ou eventuais
de alguns governos anti-democráticos.

Este compromisso se faz prioritário num contexto de avanço de forças anti-direitos,
conservadoras, fundamentalistas e econômicas que utilizam da violência política, da violência
de gênero e contra as diversidades e do discurso de ódio produzindo ameaças reais e violações
graves nos nossos países do direito à participação, à luta e à própria vida de defensores e
defensoras de direitos humanos e da criminalização às causas que defendem. Nesta cúpula,
colocamos a grande preocupação e reivindicamos que no âmbito do Mercosul se fortaleçam
instrumentos para a garantia e proteção dos direitos humanos como um princípio inviolável dos
governos e atores diversos. Da mesma maneira, instamos que os países do Mercosul respeitem
de maneira irrestrita a Declaração Sociolaboral e os convênios da OIT para a garantia dos
direitos e da proteção social ao trabalho e a promoção da democracia.

Precisamos avançar no Mercosul que caminhe rumo à consolidação da integração
regional com aprofundamento democrático e compromisso com o enfrentamento às
financeirização da natureza e das mudanças climáticas, o combate à fome, o fortalecimento da
agricultura familiar e a garantia da soberania alimentar, o pleno direito à saúde e moradia, a
superação das desigualdades raciais, étnicas e econômicas e de gênero e que afetam a
população LGBTQPIAN+, a reparação dos crimes do colonialismo racista e a demarcação das
terras indígenas e quilombolas. De um MERCOSUL que, em suma, coloque o cuidado e a vida
no centro.

Declaramos nossa solidariedade com os povos indígenas e quilombolas que resistem na
defesa de seus territórios, com o povo cubano que resiste ao bloqueio econômico e com toda
nossa voz nos solidarizamos com a luta do povo palestino!

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